terça-feira, setembro 26

Arsenal vs porto

Realmente o treinador faz a diferença, nem que seja no seu discurso.

Ao ler a conferencia de imprensa de Jesulado Ferreira sobre o jogo do fc porto contra o Arsenal ficamos com a ideia de ter um treinador conhecedor e traquilo na sua abordagem.

A mesma suscita traquilidade, saber estar e saber o que se quer de uma grande equipa com o fc porto, fazendo assim o contraste total com o Co Idiot.

Da mesmo gosto ler esta entrevista do treinador do fc porto

A conferencia de imprensa do Arsenal x Fc porto

P | Que FC Porto podemos esperar neste jogo?
R | O FC Porto está numa fase de ascensão. Todos sabem as transformações que aconteceram nas últimas semanas e espero um FC Porto seguro, equilibrado e a discutir o jogo. Nessa perspectiva que defendemos, vejo os jogadores muito motivados para a discussão do resultado. Vamos jogar contra uma grande equipa, mas o FC Porto também o é, tendo vencido recentemente a Liga dos Campeões. O Arsenal é vice-campeão da Europa e esperamos bom jogo, excitante e competitivo.

P | Sendo o Arsenal apontado como o grande favorito do grupo, uma derrota em Londres pode ser encarada como normal?
R | Para o FC Porto, uma derrota nunca é uma situação normal. Num jogo entre duas equipas fortes, a derrota pode, de facto, acontecer. Não é essa a nossa perspectiva e não são essas as nossas expectativas. Em nenhum momento consideraremos uma derrota, seja quem for o adversário, um resultado normal. Será sempre negativo e passível de análise. Não consideramos este jogo determinante, mas é importante para nós. Nesse sentido, repito, uma derrota nunca será normal.

P | Teve uma equipa consistente na primeira parte do jogo com a Naval e na segunda parte com o Beira-Mar. Acredita que, desta vez, terá um FC Porto consistente a tempo inteiro?
R | Não há equipas que consigam, durante 90 minutos, manter uma organização consistente. Não acredito nisso, a menos que se defrontem adversários desnivelados no valor, o que não me parece ser o caso. A nossa vontade é trabalhar no sentido de conseguir que o FC Porto seja consistente no maior período de tempo possível. Já agora, não entrando directamente neste contexto da Liga dos Campeões, tenho uma visão diferente da primeira parte com o Beira-Mar. Não partilho da opinião sugerida na pergunta. Há uma grande diferença entre tempo de trabalho do Arsenal e do FC Porto, um factor que favorece o nosso adversário, mas existe da nossa parte uma ambição muito grande em comer etapas e avançar para áreas de produção que possibilitem resultados mais positivos e a tal consistência durante mais tempo.

P | O treinador do Arsenal disse que o seu FC Porto, comparado com o de Adriaanse, é menos aventureiro, mas mais seguro. Concorda com essa análise?
R | Acho que uma equipa de um nível elevado, como é o caso do FC Porto, numa competição deste patamar, tem de ter na sua estrutura, e na abordagem que faz aos jogos, princípios fundamentais: controlar o espaço e a bola. Isso é fundamental para qualquer equipa que tenha ambições de ganhar. Estamos a tentar fazê-lo e conseguimo-lo nalguns momentos. Noutros, não. É uma tónica de qualquer equipa. A segurança de que o senhor Wenger fala resulta, em minha opinião, de um equilíbrio maior que existe no jogo actual do FC Porto. Quanto ao termo aventureiro, creio ser apenas uma expressão muito característica dos ingleses quando querem referir-se não ao atrevimento, mas a uma equipa mais optimista que só pensa poder ganhar o jogo com uma abordagem ofensiva. Entendemos que para ganhar é preciso equilíbrio. É essa a nossa filosofia e concepção, bem como o trabalho que fazemos diariamente no sentido de garantir essa estrutura equilibrada, discutindo em todos os momentos os espaços e a bola, procurando controlar o jogo.

P | Uma equipa mais equilibrada para este jogo no Emirates Stadium significa, em termos estruturais e de apostas, uma equipa muito diferente das que tem utilizado no campeonato?
R | Não, o processo de desenvolvimento de jogo, defensivo e ofensivo, tem um padrão, que ainda pretendemos aperfeiçoar. O que existe em qualquer plano é uma adaptação funcional da nossa estrutura em relação ao adversário. Qualquer equipa faz isso e nós também o fazemos. Essa adaptação não passa por alterar a identidade, mas por uma constatação fácil: jogaremos contra um adversário que tem os seus processos e que em momentos decisivos pode ter vantagens se não tivermos um conhecimento profundo desses processos, bem como as respostas mais adequadas para os anular. Isto é que considero a estratégia para um jogo: controlar a situação através de movimentos colectivos organizados, também em função do que conhecemos dos adversários.

P | O que é que no Arsenal exige mais cuidados?
R | O todo, a equipa. O Arsenal faz das transições rápidas a sua arma na organização do ataque. Nesse processo utiliza muito, e com segurança, o passe frontal. Utiliza muito as faixas laterais, utilizando vários jogadores nas incursões atacantes, causando, a quem conheça mal, os espaços que mencionei noutra resposta. Coloca muitos problemas defensivos, mas fundamentalmente na saída para o ataque. Nessa perspectiva, sendo uma equipa que trabalha com o mesmo treinador e a mesma metodologia há muitos anos, torna-se muito difícil para qualquer adversário. O Arsenal dispõe ainda de unidade individuais de grande qualidade, parecendo-me uma equipa com um grande equilíbrio entre as unidades criativas e as de rigor táctico. Será um grande desafio para nós, porque gostamos de enfrentar grandes equipas e participar nos grandes momentos.

P | Como é que se pára um jogador como Henry?
R | Tentando anular a chegada de bola, o que, como se sabe, é difícil. Há sempre um momento em que tal se torna impossível. Contra uma equipa como o Arsenal, que se conhece tão bem, diria que é mesmo impossível impedir que, em grande parte das situações, o Henry receba a bola. Depois, dependerá de um bom trabalho defensivo do seu marcador directo, das coberturas e apoios que qualquer jogador com posse de bola exige a uma equipa que defende.

P | Haverá marcação directa a Henry?
R | Não, será marcado numa zona integrada como qualquer outro adversário.

P | Espera Henry e Adebayor na frente?
R | Espero, mas é prática das equipas inglesas, dada a densidade competitiva que têm, haver rotação de jogadores. O plantel do Arsenal é muito rico e acredito que o senhor Wenger possa optar por um ou outro que não tenha aparecido tanto ultimamente. Isso não nos preocupa. O mais importante é encontrarmos soluções boas para ganharmos este jogo.

P | Recuperando outra vez o assunto das bolas paradas, que já abordou na última conferência. Ainda não há golos dessa forma, apesar de terem sido marcados muitos ultimamente. Preocupa-o não haver concretização de lances trabalhados?
R | Há sempre coisas que preocupam os treinadores, mesmo aquelas que, às vezes, nem parecem existir. Motiva-me fazer sempre qualquer coisa para melhorar uma situação que ainda não está dentro do que pretendemos. O FC Porto não é, no momento, uma equipa produtiva nas bolas paradas, mas melhorou muito nas bolas paradas defensivas. O adversário também a tem e pode tirar partido delas. Para mim, as bolas paradas dependem sempre de duas coisas: dos executantes e do trabalho que se faz. Isso leva tempo. Temos bons executantes, que necessitam coordenar-se com os seus companheiros, conhecer a forma como os adversários defendem para tirar partido disso. São coisas que não se fazem com um estalar de dedos, sendo necessário trabalhar para se conseguir os resultados pretendidos.

O regresso de Raul Meireles à convocatória abriu caminho para especulações legítimas, porque o médio é um dos jogadores mais apreciados por Jesualdo Ferreira. Perguntaram-lhe se Raul reassumiria a titularidade, mas o treinador desconversou, avançando apenas com a forma. "O FC Porto vai jogar em 4-3-3. É essa a sua estrutura, a base e vai colocar-se em campo de uma forma que favoreça o processo ofensivo e, fundamentalmente, que nos dê condições de impedir o Arsenal de fazer o seu jogo nas zonas mais perigosas. Um 4-3-3 que em determinado momento se adaptará ao Arsenal e noutro terá de nos favorecer. O plano de jogo não é mais do que explorar o adversário e, em função da nossa capacidade, efectuar as devidas adaptações. Todas as equipas fazem isso".


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